
Quebra, quebra, quebra Em tuas rochas frias, ó mar, E eu quisera poder exprimir Aquilo em que estou a pensar. Ah, bem está o pescadorzinho, Que grita brincando com a irmã; Ah, bem está o jovem marujo, Que canta em seu bote na praia. E os navios imponentes avançam Para o porto ao pé da colina; Mas ah! o toque de u'a mão que se foi, E o som duma voz que está muda! Quebra, quebra, quebra, Ao pé dos penhascos, ó mar! Mas a graça gentil dum dia já morto A mim nunca há de voltar.
*
O poeta inglês Alfred Tennyson (1809 – 1892) escreveu este poema em memória de Arthur Hallam, seu melhor amigo, morto aos 22 anos de idade. Na tradução, procurei manter o ritmo e o número de sílabas dos versos ingleses, que estão logo abaixo.
Se você gostou desta poesia, confira também minha tradução de outro poema de Tennyson, Ulisses.
*
Break, break, break, On thy cold gray stones, O Sea! And I would that my tongue could utter The thoughts that arise in me. O, well for the fisherman boy, That he shouts with his sister at play! O, well for the sailor lad, That he sings in his boat on the bay! And the stately ships go on To their haven under the hill; But O for the touch of a vanish’d hand, And the sound of a voice that is still! Break, break, break At the foot of thy crags, O Sea! But the tender grace of a day that is dead Will never come back to me.
*
Imagem: “O vapor Dumbarton Castle no Clyde perto do Penhasco de Dumbarton”, por John Wilson. Fonte: Wikimedia Commons.